Pouco importam, meu bem, atos e juras
Do amor maior, das afeições mais certas:
De ti não quero mais do que procuras,
Nem de mim queiras mais do que me ofertas.
Tornemo-nos, se agora tu despertas
E eu adormeço e as línguas são mais puras,
Criaturas, só, de tudo tão libertas
Que nem sequer suspeitem ser criaturas...
E, num desprezo íntimo do ser,
Como as horas eternas pois extintas
Juntos possamos desacontecer;
E sejam nossos únicos segredos
O sudário de luz nas tuas pintas
E o perfume de tâmara em meus dedos.