segunda-feira, 1 de abril de 2019


Vermelho fruto malmente visto,
que a sombra atiras sobre meu rosto,

por que me lembras tanto de Cristo?
porque não toco, mas sinto o gosto?

porque te acusas, na altura, misto
de luz e carne, destino e mosto?

por não caíres se a lança enristo
contra teu cerne já decomposto?

vermelho fruto malmente visto,
tão menos visto que pressuposto,

é só por isto, é só por isto:
porque és a sombra sobre meu rosto.