Pouco importam, meu bem, atos e juras
Do amor maior, das afeições mais certas:
De ti não quero mais do que procuras,
Nem de mim queiras mais do que me ofertas.
Tornemo-nos, se agora tu despertas
E eu adormeço e as línguas são mais puras,
Criaturas, só, de tudo tão libertas
Que nem sequer suspeitem ser criaturas...
E, num desprezo íntimo do ser,
Como as horas eternas pois extintas
Juntos possamos desacontecer;
E sejam nossos únicos segredos
O sudário de luz nas tuas pintas
E o perfume de tâmara em meus dedos.
quarta-feira, 10 de abril de 2019
segunda-feira, 1 de abril de 2019
Vermelho fruto malmente visto,
que a sombra atiras sobre meu rosto,
por que me lembras tanto de Cristo?
porque não toco, mas sinto o gosto?
porque te acusas, na altura, misto
de luz e carne, destino e mosto?
por não caíres se a lança enristo
contra teu cerne já decomposto?
vermelho fruto malmente visto,
tão menos visto que pressuposto,
é só por isto, é só por isto:
porque és a sombra sobre meu rosto.
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