sábado, 21 de fevereiro de 2015

Versos inscritos em um tronco tombado

A Manoel de Barros.

Não sou rapaz de fitar o infinito
e caçar humanismos nas estrelas:
só contemplo o céu noturno para vestir pequenez.


Às almas tortas falta olhar o chão.
Nada é tão interessante quanto o cio das borboletas.


Um escarro vale mais que um cometa:
o filho do homem cuspiu na terra e fez brotar visão.
Mais que asas de cera,
a humanidade carece de olhos de barro.


Nisso de ouvir o céu eu não me encaixo.
Deus para mim
só no andar de baixo.


Viver como vive o inseto à vista alheia
momentos antes de abraçar a morte:
nem seu último espasmo verte despedida.


Dar à vida o charme de um sonho erótico
do qual se desperta
sem nenhuma recordação.



02 / 2015

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Sonetos 14 e 17 de Shakespeare.


Estamos na luta.