Não havia nada de diferente:
um bar como qualquer outro em qualquer
rua — o de sempre. E por que, de repente,
nada parece o mesmo, nem sequer
a cerveja, que é a mesma, ou a conversa
despreocupada — e talvez só por isso
indispensável — à noite, dispersa
entre tantas noites sem compromisso
com as horas, com o frio a encrispar
os dedos que se entretecem, entregues
ao que é mais efêmero, ao canto — sim,
acima de tudo ao canto? Sem par
agora, essa noite qualquer, em mim
como em ti, meu amor, ainda que o negues.