Ventos de luz e sal na ressequida fronte
onde ela aporta seu olhar: cresta-lhe os músculos
a morna agitação de todos os crepúsculos,
a harmonia final transfeita no horizonte.
Nem a busco entender, nem peço que me conte
o que Vésper lhe diz e aflora nos minúsculos
feixes a se esparzir, tingindo o lusco-fusco: Luz
salina, ardente espuma, em seu olhar desponte,
e não deixe, uma vez vazado o oceano mudo
sobre a concha das mãos salpicadas de areia,
nada além da ilusão de estarmos e de sermos —
Cismo. E ela me beija e, rindo disso tudo,
observa como o sol, nesse ângulo, clareia
a primavera morta em nossos lábios ermos.