Minha voz, tão leve e rouca,
se de voz posso chamá-la,
minha voz não fala:
caminha.
Minha voz, tão breve e pouca,
sem potência nem compasso,
treme sobre o traço
da linha.
Minha voz sem verve, coxa,
ante o coro não se espanta:
cala; escuta; e canta,
sozinha,
dos pulmões ao céu da boca,
todo um infinito mudo.
Nada é, contudo
é minha.